As vilas que compõe o complexo Minas do Camaquã desenvolveram-se a partir de 1865, em decorrência da descoberta de jazida de cobre. No auge da atividade mineradora este complexo possuía uma das estruturas melhor organizadas da época, chegando a residir 5 mil moradores, todavia, atualmente grande parte desta estrutura permanece abandonada desde o fechamento da mina, residindo aproximadamente 500 pessoas. Ressalta-se que o padrão arquitetônico e a disposição dos espaços é característico de empreendimentos industriais, em que a estrutura funcional é planejada considerando a necessidade de equipamentos de uso social básicos.
O setor residencial compreende habitações com padrões diversos, de simples alojamentos para a classe trabalhadora operária à residências sofisticadas, que abrigavam administradores, geólogos e engenheiros.
Esta diferenciação nas estruturas das residências evidencia as relações de poder instituídas no trabalho das minas. Próximo às minas e na área mais alta do terreno, situam-se as melhores habitações, destacando-se as casas construídas pelo industrial Júlio Pignatari, com base de pedra e pavimento superior em madeira.
O prédio do antigo Cine Rodeio, construído em 1970, apresenta um padrão arquitetônico diferenciado das demais edificações, sendo inspirado nos filmes de "velho oeste". Constitui-se de um grande galpão cuja fachada possui frontão em madeira, trabalhado com adornos característicos do faroeste americano. O acesso principal é feito por porta vaivém lembrando os saloons.
A conformação espacial da localidade mantém a maioria das estruturas arquitetônicas do período próspero da exploração de cobre, a exemplo da Igreja Católica localizada no centro da Vila São Luiz. Atualmente, da mesma forma que outrora, a Igreja exerce um papel relevante na dinâmica social da comunidade, promovendo manifestações culturais e atuando como agente integrador das famílias de Minas do Camaquã.
A religião católica é tomada como oficial nas Minas do Camaquã, onde a população local ainda é devota de Santa Barbara (Santa protetora de tal categoria de trabalhadores), a qual oferecem suas conquistas. Anualmente, no primeiro domingo de dezembro, é realizada uma festa, em homenagem a Santa Bárbara.
Em relação aos serviços de saúde oferecidos na localidade, destaca-se o antigo Hospital Júlio Pignatari. Esta instalação possuía 20 leitos, bloco cirúrgico, sala de operações e Raio X, o que tornava o atendimento de qualidade e eficiente, por se tratar de uma comunidade afastada do centro administrativo do município. Atualmente, parte do prédio é utilizada como Posto de Saúde, e instalações de Correios.
Uma das edificações que mais se destaca na localidade, por sua imponência, inicialmente foi sede da Fazenda João Dias, e posteriormente tornou-se o Clube dos Engenheiros, local de confraternização entre os funcionários (somente aqueles graduados, tais como: engenheiros, geólogos, técnicos, gerentes, dentre outros). Em meados do século XX, os operários fundaram o Clube Campestre, onde toda e qualquer pessoa de bom comportamento poderia freqüentar.
No período da atividade mineira, o beneficiamento de minério era realizado em usinas, tais como aquelas instaladas na localidade da Pedra do Engenho, onde formou-se uma das áreas de ocupação mais antiga nas Minas do Camaquã. As usinas foram construídas pela companhia belga “Societé Anonime des Mines de Cuivre de Camaquan” na primeira década do século XX. Esta usina de beneficiamento, em meados da década de 1970, chegou a processar 1.500 toneladas de minério diariamente. O minério era retirado da “boca” das minas, e transportado até a usina, por meio de ferrovias. Daí em diante seguia por caminhões até o Porto de Rio Grande.








